Resumen
A sexagem do mamoeiro só pode ser feita depois de quatro meses de transplante. Para identificar antecipadamente o sexo das plantas avaliou-se a possibilidade do uso de caracteres físicos das sementes, bem como padrões isoenzimáticos das mudas de dois mamoeiros comerciais: híbrido Tainung 1 e a variedade Improved Sunrise Solo 72/12. Foram conduzidos quatro experimentos: nos dois primeiros experimentos, avaliou-se a relação de caracteres físicos das sementes, como peso e tamanho e a expressão sexual da planta resultante, utilizando um delineamento completamente casualizado com quatro repetições em esquema factorial 2 × 3. No terceiro experimento avaliou-se a relação entre o vigor das plântulas baseado em 4 estadios de emergência das sementes e a expressão sexual da planta resultante utilizando um delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições e esquema fatorial 2 × 4. No quarto experimento testou-se para as duas cultivares, três sistemas isoenzimáticos: esterase (EST), peroxidase (PO) e leucine-aminopeptidase (LAP), utilizando tecidos foliares de mudas com 4 a 5 folhas. Não houve diferença entre as sementes classificadas por tamanho e peso quanto à expressão sexual da planta. A porcentagem de emergência foi significativamente inferior para as sementes clasificadas na seleção 10 y con pouco peso. No híbrido Tainung 1 as plântulas que apresentaram maior vigor na emergência das sementes originaram maior proporção de plantas hermafroditas, em contraste com a menor proporção de plantas femininas oriundas de mudas com menor velocidade de emergência de suas sementes. Mudas com menor número de folhas originaram maior proporção de plantas hermafroditas. Os sistemas PO, EST e LAP não permitiram diferenciar os sexos das plantas nas duas cultivares. Com base nos resultados anteriores, pode-se afirmar que sementes do híbrido Tainung 1, de tamanho e peso uniformes, semeadas na mesma data e com condições agronômicas semelhantes, que apresentam maior vigor na emergência, produziram maior proporção de plantas hermafroditas. Adicionalmente, com a diferenciação das mudas pelo número de folhas dentro de cada estádio de emergência, é possível determinar precocemente o sexo das plantas e obter mudas com sexo definido antes do plantio.
Laura Victoria Arango, Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Agrosavia)
nvestigadora, Centro de Investigación La Libertad
(Villavicencio, Meta).
Carlos Ramirez de Rezende, Universidade Federal de Lavras –UFLA– (Lavras - MG, Brasil)
Professor - pesquisador, Departamento de Agricultura.
Samuel Pereira de Carvalho, Universidade Federal de Lavras –UFLA– (Lavras - MG, Brasil).
Professor - pesquisador, Departamento de Agricultura.
Alfenas, A.C. 1998. Eletroforese de isoenzimas e proteínas afins: fundamentos e aplicações em plantas e microrganismos. Universidade Federal de Viçosa (Viçosa, Brasil). 574 p.
Andreani Jr, R. Caracterização do sexo do mamoeiro (Carica papaya L) através de marcadores moleculares e de microscopia eletrônica de varredura. 1998. Tese (Doutorado), Universidade Estadual Paulista (Jaboticabal, SP). 65 p.
Carvalho, N.M. y J. Nakagawa. 2000. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Carvalho, N.M (ed.). 4 ed. Funep, Jaboticabal (SP, Brasil). 588 p.
Da Costa, A. de F.S.; A.N. da Costa; R.C. Santana y V.J. Zuffo. 2000. Avaliação do sexo dos parentais do híbrido de mamoeiro Tainung nº 1 em função de seus descendentes. Resumos Congresso Brasileiro de Fruticultura, 16.05.2000, Fortaleza, SBF. CD-Rom.
Garcia, C.R.D.; E.B. Da Costa y W.R. Loss. 2003. Custos de produção de mamoeiro. En: A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Martins, D. dos S. y Da Costa, A. de F.S. (eds.). Incaper, Vitória (Es, Brasil). pp. 443-464.
Kumar, V. Studies on Carica papaya L. 1951. Preliminary observations on the relation of sex to the preflowering growth of papaya seedlings and structural characters of seed. Indian Journal Horticulturae 8: 26-33
Ministério da Agricultura e Reforma Agraria. Brasil. 1992. Regras para análise de sementes. Brasília, Agiplan, 365 p.
Muñoz, S.; H. Lima; S. Perez y O.L. Rodríguez. 1982. El uso del sistema enzimatico peroxidasa en la identificación del sexo en Carica papaya. Ciencia y Técnica en la Agricultura, Cítricos y otros Frutales 5(4): 39-48.
Oliveira, P.R; L.J.L. Dantas; P.E. Almeida; O. Nickel; A.D. Vilarinhos y G.C.F. Morales. 1996. Uso da biotecnologia no melhoramento genético e propagação do mamoeiro. En: Mendes, L.G; L.J.L Dantas y G.C.F. Morales. (eds). Mamão no Brasil. Cruz das Almas, BA: Agrufba/Embrapa-Cnpmf. pp. 159-172.
Rojas, T.Y.; R.R. Ramos y C.R. Salazar. 1985. Posible relación entre el sexo y algunas características morfológicas y agronómicas de papaya Carica papaya L. Acta Agronómica 35(2): 20-33.
São José, A.R. y R.J.P. Cunha. 1988. Influência da posição da semente no fruto do mamoeiro (Carica papaya L.) sobre a percentagem de germinação, expressão do sexo e vigor das mudas. Cientifica 16(2): 239-241.
Somsri, S. 1998. Improvement of papaya (Carica papaya L.) for South-east Queensland: investigations of sex-type and fruit quality. En: http://www.newcrops.uq.edu.au/people/peo-6.htm consulta: diciembre 2007.
Sriprasertsak, P.; S. Burikam; S. Attathom y S. Piriyasurawang. 1988. Determination of cultivars and sex of papaya tissues derived from tissues culture. Rosetsart Journal 22(5): 24-29. Natural Science Supplement.
Storey, W. B. 1953. Genetics of the papaya. Journal of Heredity 44(2): 70-78. https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.jhered.a106358